Em um desdobramento significativo, o Promotor de Justiça Zanony Passos Silva Filho foi afastado de suas funções pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pelo período de 120 dias. A medida ocorre após acusações sérias de extorsão contra o Presidente da Câmara Municipal de São Luís, Vereador Paulo Victor (PSDB).
O afastamento cautelar, uma decisão tomada pelo corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, baseou-se em uma reclamação disciplinar apresentada por Paulo Victor. O parlamentar, em um discurso impactante na Câmara, acusou o promotor de extorsão, alegando que parentes de Zanony foram contratados pela Câmara para impedir investigações.
Este cenário levou à decisão de afastamento, comunicada à corregedora-geral do Ministério Público do Maranhão, procuradora Themis Pacheco, no dia 9 de janeiro. O Vereador Paulo Victor, em sua petição ao CNMP, solicitou o afastamento cautelar de Zanony, bem como a suspensão de possíveis ações criminais e aplicação de sanções administrativas apropriadas, dada a gravidade e a multiplicidade das ações alegadas contra o promotor.
Como parte do embate judicial, Paulo Victor anexou prints de conversas com Zanony, que demonstrariam as cobranças por cargos, ameaças e evidências de manipulação de ações. Esses documentos foram disponibilizados para o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão (PGJ) e o CNMP. O parlamentar também relata a efetivação de cargos para o promotor na Câmara, seguida por pressões e cobranças após suas exonerações.
Em contrapartida, a defesa de Zanony Passos Silva Filho, representada pelo advogado Fabiano de Cristo Cabral Rodrigues Júnior, emitiu uma nota refutando as acusações, classificando-as como falaciosas e insistindo na natureza institucional dos contatos do promotor com a Câmara.
No meio deste confronto, a Justiça suspendeu investigações do Ministério Público contra Paulo Victor. A decisão inicial do desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, da 1ª Câmara Criminal do TJMA, foi posteriormente ratificada pela presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza Moura, mantendo a suspensão dos procedimentos investigativos.