O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) formalizou denúncia contra a influenciadora Skarlete Melo e outras oito pessoas, acusadas de prejudicar investigações de infrações penais ligadas a organizações criminosas.
Conforme a denúncia apresentada, os acusados estão envolvidos em atividades ilícitas que incluem o acesso e a disseminação de informações judiciais sigilosas, bem como tentativas de dificultar a eficácia das investigações policiais.
Skarlete Melo, figura central na denúncia, é conhecida nas redes sociais pela divulgação do “Jogo do Tigrinho”. Segundo as investigações, as ações de Skarlete e dos demais denunciados resultaram no vazamento de informações sigilosas e na tentativa de obstrução da justiça, facilitando a fuga de investigados e a adulteração de provas materiais.
Os crimes apontados abrangem desde o acesso ilegal a informações confidenciais até tentativas de prejudicar investigações relacionadas ao Inquérito Policial nº 030/2023 (jogo do tigre), mantido em sigilo pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO/SEIC/MA). As ações dos denunciados permitiram que tivessem conhecimento prévio de medidas judiciais como mandados de prisão, busca e apreensão, entre outras.
Conforme a denúncia, os acusados alteraram suas rotinas, destruíram ou ocultaram provas e facilitaram a fuga de investigados, prejudicando significativamente as investigações em curso.
Skarlete no Centro da Denúncia
Skarlete Melo é apontada como uma das principais acusadas de prejudicar as investigações de infrações penais envolvendo organizações criminosas. De acordo com a denúncia, ela teria recebido e divulgado informações sigilosas obtidas ilegalmente, além de liderar ações para obstruir as investigações policiais.
As acusações contra Skarlete incluem:
- Receber informações sigilosas: Skarlete teria sido informada sobre uma decisão judicial sigilosa, que incluía mandados de prisão e busca e apreensão contra investigados por atividades criminosas.
- Divulgar informações sigilosas: Após receber essas informações, Skarlete teria disseminado ativamente entre outros envolvidos no esquema, com o intuito de prejudicar as investigações.
- Obstruir as investigações: A influenciadora teria tomado medidas concretas para atrapalhar a aplicação das medidas judiciais e as investigações em si, como trocar chips de telefone celular e movimentar recursos financeiros.
Além das ações mencionadas, a denúncia sugere que Skarlete tenha confirmado a veracidade das informações ilegais obtidas e, a partir disso, orientou ou participou de estratégias para evadir a aplicação da lei.
Denunciados
Além de Skarlete Melo, foram denunciados:
- Pablo Fabian Almeida Abreu, advogado, apontado como líder no acesso ilegal às informações sigilosas do sistema judiciário.
- Ryan Machado Borges, também advogado, acusado de receber e disseminar as informações obtidas ilegalmente.
- Iracilda Syntia Ferreira Pereira, advogada, envolvida na disseminação das informações e em tentativas de extorsão relacionadas às mesmas.
- Lelio Eike Rebouças Pereira, associado às tentativas de prejudicar as investigações policiais.
- Karine Oliveira da Costa, mãe de uma das acusadas, envolvida na obtenção e disseminação das informações sigilosas.
- Ingrid Rayane Ferreira Souza, advogada, acusada de gerenciar recursos financeiros para obstruir as investigações.
- Jordana de Sousa Torres, advogada, vinculada às ações de obstrução da justiça.
- Aldenor Cunha Rebouças Júnior, advogado, implicado no acesso e disseminação das informações obtidas ilegalmente.
A denúncia se baseia em disposições legais que definem e penalizam atos relacionados à organização criminosa e à obstrução de investigações criminais. A gravidade das condutas imputadas é ressaltada ao invocar o Código Penal Brasileiro para qualificar as ações dos acusados como crimes contra a administração da justiça.
As investigações continuam em curso para o desdobramento do caso.