O policial militar, de 31 anos, que estava internado em estado grave no Hospital de Açailândia, deu entrada nesta quarta-feira (9), no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, por via terrestre. A razão da transferência, segundo fontes médicas, foi devido à gravidade de suas condições clínicas.
O policial, cuja identidade não foi revelada, denunciou ter sido vítima de homofobia e tortura por colegas de sua própria corporação. De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado no dia 27 de junho, os agressores, em um carro da polícia, com sirene e luzes ligadas, surpreenderam o PM em sua residência, acusando-o de abandono de posto.
O documento detalha que o soldado foi abruptamente retirado de sua casa, estando apenas enrolado em uma toalha. Os colegas, não satisfeitos, invadiram sua residência, revistando os cômodos sem autorização. O episódio foi reportado como lesão corporal, invasão de domicílio e abuso de autoridade.
Posterior à denúncia, houve uma mudança no comando do 26º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Açailândia, onde o policial é lotado. O novo comandante, ao tomar conhecimento do caso, instaurou um processo administrativo para apuração das alegações.
O drama vivido pelo PM foi também compartilhado com a Rede Cidadania de Açailândia, entidade defensora dos direitos humanos. Em uma carta, supostamente escrita pelo próprio policial, ele relata negligência por parte do comandante do 26º BPM e descreve a luta contra a depressão. “Digo ao major Nunes, que depressão não é frescura… Fui esquecido pelos meus irmãos”, lamentou ele em um trecho da carta.
A situação trouxe à tona discussões sobre a integridade física e mental dentro das forças de segurança e a necessidade de medidas preventivas e corretivas para garantir o bem-estar de seus membros.
Confira a nota:
A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) informa que houve troca de comando no Batalhão de Açailândia, a exemplo de outros municípios, e este será responsável pela condução do procedimento administrativo aberto para apurar as responsabilidades.
A PMMA destaca que atua dentro dos princípios e normas delineados na Constituição Federal e de acordo com os entendimentos adotados pelo Supremo Tribunal Federal e não coaduna com qualquer prática de intolerância, visto que, a discriminação seja racial, de gênero, religiosa ou por orientação sexual, não faz parte dos valores adotados pela corporação.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa, por sua vez, que o paciente deu entrada no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, nesta quarta-feira (9) em estado grave. A transferência ocorreu por via terrestre, em função das condições clínicas.
A equipe médica da unidade está investigando a situação do paciente.