Após um vídeo que mostra uma mulher pichando uma parede do Centro Histórico de São Luís viralizar nas redes sociais, Juliana Trama, de 36 anos, se apresentou à Delegacia de Meio Ambiente (DEMA) nesta quarta-feira (9) para esclarecer sua manifestação artística. Segundo ela, trabalha com arte há mais de dez anos e afirmou que o ato, ocorrido em 2020, foi uma forma de protesto e expressão artística.
Juliana declarou que o vídeo foi tirado de contexto e que sua intenção era chamar atenção para o abandono dos casarões históricos e a desigualdade social. A artista defendeu que a pichação é uma manifestação artística e política, afirmando que continuará se expressando por meio dos muros da cidade.
O caso gerou forte repercussão nas redes sociais e foi criticado por moradores e autoridades. O governador do Maranhão e o prefeito Eduardo Braide condenaram o ato, classificando-o como crime contra o patrimônio histórico, sujeito à detenção e multa.
O Iphan informou que encaminhará a denúncia ao Ministério Público, e o caso segue sob investigação para confirmar a data exata do crime e as circunstâncias da ação.
Veja:
Relembre:
Moradores denunciam que a mulher já é conhecida na área e que tem realizado pichações com frequência, inclusive em imóveis revestidos com azulejos tradicionais, símbolos da arquitetura colonial da capital maranhense.
O Centro Histórico de São Luís é reconhecido pela sua uniformidade arquitetônica e pela beleza simples e regular dos seus imóveis, formando um dos maiores conjuntos de origem portuguesa ainda preservados da América Latina. Esses fatores contribuíram para que o local fosse incluído, em 1997, na lista de Patrimônios Culturais da Humanidade da UNESCO.
Denúncias apontam que o patrimônio tem sofrido com atos de vandalismo, pichações e falta de conservação, o que preocupa moradores e especialistas sobre a preservação do conjunto histórico.

