A Polícia Civil do Maranhão deflagrou, nesta terça-feira (11), a segunda fase da Operação Cortina de Fumaça, conduzida pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO). Durante a ação, foram cumpridos, em Santa Inês, mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens contra o influenciador Marcos Filho, e seu irmão, investigados por crimes relacionados à promoção de rifas ilegais.

“O mandado de busca e apreensão e o mandado de sequestro de um imóvel foram cumpridos no bojo da segunda fase da Operação Cortina de Fumaça, que investiga a prática de rifas ilegais, além dos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e contra o consumidor”, destacou o delegado Pedro Adão, do DCCO, responsável pelo caso.
A busca e apreensão ocorreu na residência do irmão do influenciador, no bairro Jardim Brasília, apontado como “laranja” no esquema. No local, foram apreendidos aparelhos telefônicos, um computador e documentos, que servirão como prova para a investigação. Além disso, três veículos, incluindo um de luxo, também foram apreendidos.

Já o mandado de sequestro de imóvel, avaliado em aproximadamente R$ 1,8 milhão, teve como alvo o próprio influenciador. O imóvel, uma casa de dois pavimentos com piscina, localizada em um condomínio de alto padrão na Vila Olímpica, está em fase final de construção e foi registrado em nome do irmão do investigado, com o objetivo de ocultar sua verdadeira propriedade das autoridades.
Segundo as investigações, o grupo criminoso utilizava autorizações para comercialização de títulos de capitalização como fachada para promover rifas ilegais. Para dificultar a fiscalização, os investigados realizavam transferências de dinheiro para uma entidade de assistência social, que, por sua vez, devolvia parte dos valores ao chefe do esquema.

O influenciador Marcos Filho, apontado como líder da operação ilegal, também é investigado por lavagem de dinheiro, por meio da dissimulação de bens em nome de terceiros e ocultação de valores em contas bancárias pessoais e empresariais. Uma organização sem fins lucrativos, de cunho social, também foi mencionada no esquema.
Até o momento, os investigados respondem por contravenção penal de rifa ilegal e pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e contra o consumidor. As investigações continuam para identificar outros envolvidos na organização.
O espaço segue aberto caso as partes envolvidas na operação queiram se manifestar.
Relembre o caso:
A primeira fase da Operação Cortina de Fumaça foi deflagrada em dezembro do ano passado. O principal alvo foi o influenciador digital. Contra ele, foram expedidos e cumpridos dois mandados de busca e apreensão:
“Um dos mandados foi cumprido na residência do influenciador digital que organizava as rifas e um no seu galpão, onde ele realizava os sorteios e guardava todos os veículos que eram sorteados”, destacou o delegado Pedro Adão.
Na ocasião, os policiais apreenderam veículos de luxo, motocicletas, um cavalo de raça, um caminhão, uma moto aquática e dispositivos eletrônicos. Ao todo, R$ 12,7 milhões do influenciador foram bloqueados, pela suspeita de ser o líder do esquema de rifas ilegais.
Desde então, ele está proibido de deixar o país, teve de entregar seu passaporte e não pode mudar de seu endereço. Além disso, as redes sociais dele, utilizadas para promover as rifas, foram bloqueadas judicialmente.
A operação contou com o apoio da Rede de Recuperação de Ativos – Rede Recupera, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da qual o Maranhão é integrante.
A parceria com a Rede Recupera consistiu na realização de treinamentos, cursos, intercâmbios e encontros essenciais ao aprimoramento de investigações financeiras presididas pela Polícia Civil do Maranhão, contribuindo para a “asfixia financeira” de associações e organizações criminosas.