Quatro meses após o devastador incêndio que deixou duas pessoas mortas e dezenas de feridos na sala de cinema do Rio Anil Shopping, a rede Cinesystem começou a demitir seus funcionários em massa. O incêndio ocorreu no dia 7 de março e, desde então, o cinema permaneceu fechado.
“Só uma pessoa está trabalhando de casa, até onde eu sei. Todos os outros foram demitidos!”, relata um ex-funcionário. A expectativa é que o Cinesystem aguarde a autorização para reabertura e recontrate os funcionários ou simplesmente encerre suas operações em São Luís, devolvendo o ponto ao shopping.
NOTA:
O Rio Anil Shopping vem prestando toda assistência às vítimas e suas famílias. No entanto, é importante deixar claro que não possui qualquer ingerência sobre decisões tomadas pelo Cinesystem e que ainda não há previsão sobre reabertura do cinema.
Vale relembrar que o incêndio ainda é objeto de investigação pela Polícia Civil, e os laudos emitidos pelo Instituto de Criminalística (ICRIM) e pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA) apontam causas divergentes para o acidente.
O laudo do CBMMA sugere que uma chama durante a aplicação de manta asfáltica no telhado pode ter incendiado o entre forro, feito de isopor, causando o incêndio. Por outro lado, o ICRIM acredita que o fogo começou no projetor de filmes na sala de cinema atingida.
Devido às divergências nos laudos, o Ministério Público decidiu oficiar a empresa Barco LTDA, fabricante dos projetores, e a BRMalls, administradora do Rio Anil Shopping. O MP também acionou a Secretaria Nacional para que todos os retroprojetores fabricados pela Barco sejam retirados das salas de cinema no país.
“Existe essa divergência que é séria, eu nunca me deparei com algo semelhante em minha carreira”, afirma Lítia Cavalcanti, promotora do consumidor. “Por conta dessa possibilidade aventada pelo ICRIM, os projetores de todas as salas do Brasil devem ser recolhidos, pois isso pode ocorrer em qualquer lugar. Já oficiamos a Secretaria Nacional, a Barco e também a BRMalls”, conclui Lítia.