A polícia está em ação para investigar o ato de vandalismo ocorrido no último domingo (23), que resultou no rosto quebrado da estátua de Iemanjá, uma divindade da religião afro-brasileira conhecida como umbanda e candomblé. Simpatizantes das religiões de matriz africana entregaram uma representação na Delegacia de Crimes Raciais, Delitos de Intolerância e Conflitos Agrários, buscando justiça e conscientização sobre a intolerância religiosa.
Nesta terça-feira, a equipe de perícia realizará exames detalhados na estátua para identificar os responsáveis por esse ato lamentável. A restauração, que deve durar cerca de 20 dias, incluirá reparos em toda a estrutura do rosto e parte da vestimenta. A estátua de Iemanjá, que tem grande importância para os povos de religião de matriz africana em São Luís há mais de 30 anos, teve desalinhamento do pescoço e precisará ser cuidadosamente recuperada.
Além disso, em parceria com a MOB, discute-se uma revisão do projeto original para aumentar a base que sustenta a peça, elevando-a a 2,5 metros de altura. Essa medida visa proteger a imagem contra futuros atos de vandalismo, garantindo sua preservação e melhor visualização.
REVERÊNCIA A IEMANJÁ
Iemanjá é uma das mais importantes divindades nas religiões de matriz africana no Brasil, especialmente na umbanda e no candomblé. Ela é reverenciada como a Rainha do Mar e é associada às águas e aos elementos naturais, principalmente o oceano. Seu culto tem raízes nas tradições religiosas africanas, especificamente nos orixás da mitologia iorubá.
A figura de Iemanjá é amplamente celebrada em diversas regiões do país, especialmente em cidades litorâneas, onde o mar é visto como um símbolo de vida e conexão espiritual. Os fiéis atribuem a ela características maternais, considerando-a a mãe de todos os seres vivos e protetora da humanidade.
Iemanjá é cultuada em diferentes aspectos, cada um representando uma faceta da sua essência. Por exemplo, como Yemojá ou Iemanjá Olokun, é vista como a mãe dos rios e dos oceanos, enquanto Yemanjá Odò ou Iemanjá Iyá Agbá representa a força e a sabedoria materna.
As festividades em honra a Iemanjá são especialmente marcantes no dia 2 de fevereiro, durante as celebrações conhecidas como “Festa de Iemanjá” ou “Festa de Nossa Senhora dos Navegantes”, nas quais devotos fazem oferendas e lançam presentes simbólicos ao mar como forma de agradecimento, proteção e desejo de bênçãos.
Vale ressaltar que o sincretismo religioso é comum em algumas regiões do Brasil, e Iemanjá também pode ser associada a Nossa Senhora dos Navegantes na tradição católica, resultando em celebrações conjuntas.
É importante destacar que Iemanjá e outras divindades das religiões de matriz africana são fundamentais para a diversidade cultural e religiosa do país, representando parte significativa da identidade e história do povo brasileiro. A preservação dessas tradições é essencial para a valorização da herança cultural e a construção de uma sociedade mais plural e respeitosa.