Nesta quinta-feira (19), o coronel reformado da Polícia Militar do Maranhão, Walber Pestana da Silva, foi absolvido da acusação de homicídio contra o músico Davi de Sousa Bugarin de Mello. A sessão aconteceu no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís.
Relembre o caso:
Walber Pestana da Silva foi absolvido pelo Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri, por maioria dos votos, por ação em legítima defesa. Após a decisão dos jurados, o juiz da 3ª Vara do Júri, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, declarou o réu absolvido.
Na sessão, que começou às 9h, sete testemunhas e o acusado foram ouvidos. O promotor Samaroni Maia e o assistente Sebastião Albuquerque Uchoa Neto atuaram na acusação. A defesa do acusado esteve a cargo de Ângelo Rios Calmon. Na sessão do júri, o promotor e o advogado pediram a absolvição do réu por legítima defesa, enquanto o assistente de acusação pediu sua condenação por homicídio.
Davi Bugarin, com 26 anos na época, foi morto às 19h20, no dia 15 de fevereiro de 2018, na casa de Walber Pestana da Silva, no conjunto Parque dos Nobres, em São Luís. O jovem morava com Ingrid Raiane da Silva, filha de Walber, com quem mantinha um relacionamento. Davi era dono de uma casa de shows no Centro Histórico.
O crime ocorreu depois que Walber Pestana viu uma discussão entre Davi e Ingrid. Walber pegou uma arma e atirou contra Davi, que foi levado ao Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) em São Luís, onde faleceu, enquanto Walber deixou o local.
O laudo indicou uma perfuração no corpo de Davi. A bala, disparada a uma distância de pelo menos um metro, atingiu a costela e passou pelo tórax do músico. O segundo disparo acertou a parede da casa. Ingrid Raiane apresentou marcas pelo corpo e um corte na cabeça.
O Ministério Público do Maranhão denunciou Walber Pestana por homicídio. Walber, que não foi preso imediatamente, apresentou-se dias depois na delegacia, onde confessou o crime, afirmando que agiu para proteger sua filha. Ele participou do processo em liberdade.
A versão de Walber é contestada pela advogada da família de Davi, que questiona a falta de exame de corpo de delito em Walber e a ausência da faca supostamente usada por Davi. Lúcio Reis, delegado responsável pelo caso, confirmou que a faca não foi encontrada.
Walber Pestana foi absolvido anteriormente. A audiência foi realizada pela 3ª Vara do Tribunal do Júri em 21 de agosto de 2018, onde 12 testemunhas foram ouvidas e o acusado interrogado. Em 18 de junho de 2020, o juiz José Ribamar Goulart Heluy Júnior absolveu Walber. Porém, em 2 de novembro de 2022, o recurso contra essa decisão foi aceito pela 2ª Câmara Criminal do TJMA, que decidiu que o réu deveria ser julgado pelo júri popular.