A partir do dia 4 de setembro, o Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho em São Luís limitará a oferta de alimentação aos pacientes internados, fornecendo refeições apenas para idosos e adolescentes. A decisão causou indignação entre pacientes e seus acompanhantes, muitos dos quais viajam do interior do estado para receber tratamento médico na capital.
Segundo informações de um acompanhante, essa mudança terá um impacto significativo para aqueles que se deslocam do interior do estado para São Luís. “Muitos desses pacientes e seus familiares não têm onde ficar na capital, e agora enfrentarão mais esse custo”, lamenta.
De acordo com relatos, pessoas vindas de regiões mais afastadas encontram-se em uma situação especialmente desesperadora. “Pessoas do interior estão desesperadas porque não têm condições de comprar alimentação. Alguns pacientes passam mais de dois meses internados, submetendo-se a tratamentos como quimioterapia, entre outros procedimentos”, desabafa uma acompanhante que preferiu não se identificar.
Questionada sobre essa medida, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirma que o Hospital está apenas seguindo uma portaria do Ministério da Saúde, de número 8.069/1990, bem como diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo a portaria, a oferta de alimentação é obrigatória apenas para pacientes idosos (a partir de 60 anos) e pacientes adolescentes (até 17 anos, 11 meses e 29 dias).
Embora o Hospital e a SES defendam a decisão como uma observância das leis federais, a medida é mais um obstáculo para famílias já sobrecarregadas com os custos e o estresse emocional de cuidar de entes queridos enfermos.
A gente já chega nesse hospital com a família toda fragilizada. Paciente com tratamento de CÂNCER. Ninguém vem pra cá pra se divertir ou bater perna. Sou de Imperatriz e é um absurdo pra quem não tem condições financeiras conseguir se alimentar. O estado nega alimento, os vendedores exploram. Como que pode???