Após a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) anunciar a criação do curso de Bacharelado em Inteligência Artificial, com previsão de início para o primeiro semestre de 2026, estudantes da instituição demonstraram indignação. Eles afirmam que a universidade deveria priorizar investimentos nos cursos já existentes, em vez de abrir novas graduações sem melhorar a estrutura atual.
Segundo os alunos, no dia 6 de outubro a UFMA anunciou o novo curso com o objetivo de se consolidar como referência em tecnologia e inovação. No entanto, os estudantes dizem viver em uma universidade “extremamente sucateada, que deixa a desejar em aspectos básicos para o bem-estar e a permanência nos cursos”.
“Nós, do curso de Design, estamos enfrentando um constante sucateamento, por falta de materiais, computadores, licenças de software e até professores para ministrar nossas disciplinas”, denunciou um estudante.
Os alunos relatam ainda que os cursos de Produção, como Música, Teatro e Artes Visuais, passam por uma situação de abandono. Segundo eles, a universidade prometeu um prédio próprio para esses três cursos, mas a estrutura nunca foi entregue. Eles afirmam que não há espaços adequados para produção artística, há pouca oferta de bolsas e existe o risco de extinção de cursos, como vem ocorrendo com o de Música.
Além disso, os estudantes destacam que a expansão da Inteligência Artificial tem precarizado o trabalho de artistas e designers, substituindo a criação humana por algoritmos, sem garantir direitos ou dignidade aos profissionais da área.
O SLZ.Online solicitou uma nota à UFMA sobre as denúncias dos estudantes.
Por Adriano Gustavo