Nesta terça-feira (31), Luciana Paula Figueiredo, acusada de tentar matar a própria mãe, Ana Benedita Figueiredo, de 68 anos, será levada a júri popular. O crime ocorreu no dia 27 de janeiro de 2020, dentro do Hospital Carlos Macieira, em São Luís, onde a vítima estava internada.
O caso ganhou notoriedade após um vídeo gravado por acompanhantes de outros pacientes, que estavam na mesma enfermaria, capturar uma movimentação suspeita no leito da idosa. As imagens mostram a acusada supostamente tentando asfixiar a mãe.
O julgamento, marcado para as 8h30, ocorrerá no salão de sessões do 1º Tribunal do Júri de São Luís, no Fórum Des. Sarney Costa, no Calhau, sob a presidência do juiz Gilberto de Moura Lima, titular da 1ª Vara do júri. A acusação será conduzida pelo promotor Rodolfo Soares Reis, enquanto a defesa da ré ficará a cargo do advogado Romualdo Silva Marquinho. Dez testemunhas devem ser ouvidas.
Segundo o inquérito policial, Luciana foi flagrada por volta das 22h do dia 27 de janeiro de 2020, tentando sufocar a mãe com um pano. Ao ser observada, ela tentou disfarçar, fazendo parecer que estava limpando a boca da vítima. Após a saída das técnicas em enfermagem, a acusada teria tentado asfixiar a mãe novamente. O vídeo chocante do incidente mostra a idosa sendo asfixiada e tentando inutilmente se defender.
Ana Benedita estava internada com um quadro grave de embolia pulmonar e, devido à asfixia, teve de ser levada de volta para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Luciana, então com 32 anos, foi presa em flagrante por tentativa de homicídio triplamente qualificado. Sua mãe teve complicações após o incidente e, apesar de ter recebido alta um mês depois, faleceu em abril.
A polícia suspeita que o crime possa ter sido motivado pelo cansaço de Luciana em cuidar de uma mãe idosa com vários problemas de saúde. O Ministério Público a denunciou por tentativa de homicídio qualificado mediante asfixia.
Após ser presa, Luciana alegou em depoimento que tomava um medicamento para doenças mentais e que acidentalmente deu uma dose elevada do remédio à mãe. Ela também declarou ter tentado reanimar a mãe colocando a mão na boca e no nariz dela.
A defesa de Luciana tentou argumentar que ela possui transtornos mentais, solicitando a instauração de incidente de insanidade mental no processo. No entanto, uma avaliação biopsicossocial concluiu que, apesar dos transtornos, ela era responsável por seus atos no momento do crime.
A defesa de Luciana afirmou que ela nega ter cometido o crime e que provará sua inocência durante o julgamento.
Nota da defesa de Luciana Paula Figueiredo: “A Sra. Luciana Paula nega veementemente a autoria do fato delituoso que lhe está sendo imputado. Oportunamente, perante o corpo de jurados, ela provará sua inocência”, afirma a defesa.