O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) sinalizou inconsistências nos laudos sobre o incêndio em uma sala da rede de cinemas Cinesystem, situada no Rio Anil Shopping, em São Luís. Os documentos, provenientes do Instituto de Criminalística (ICRIM) e do Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA), passam por análise da Polícia Civil.
O incêndio, ocorrido em 7 de março, resultou em duas vítimas fatais e mais de 20 pessoas feridas. Lítia Cavalcanti, promotora do consumidor, comentou sobre as diferentes teorias sugeridas pelos laudos do ICRIM e do CBMMA.
O laudo do CBMMA indica que durante a aplicação de manta asfáltica no telhado pode ter ocorrido uma chama que incendiou o entre forro do telhado do shopping, revestido de isopor, um material inflamável, levando ao incêndio. O laudo do ICRIM, por outro lado, sugere que o incêndio teve início no projetor de filmes na sala de cinema atingida.
Cavalcanti ressaltou que, em face das inconsistências, o Ministério Público decidiu notificar a empresa Barco LTDA, fabricante dos projetores, e a BRMalls, administradora do Rio Anil Shopping. A Secretaria Nacional também foi acionada para que os retroprojetores fabricados pela empresa sejam retirados das salas de cinema em todo o país.
Os laudos, entregues em 31 de maio à Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), ainda não foram divulgados ao público. A Polícia Civil informa que os detalhes só serão divulgados após a conclusão do inquérito.
Contrariamente às alegações do Ministério Público, Anne Kelly, chefe da Perícia Oficial do Maranhão, negou que haja discrepâncias entre os laudos. Ela esclareceu que o Corpo de Bombeiros propõe várias teorias, sem necessariamente concluir, enquanto a Perícia Oficial precisa determinar uma causa específica.
Kelly insistiu que os peritos responsáveis pela investigação não trabalham com suposições. Caso não possam concluir um laudo pericial apontando uma causa específica para o acidente, o documento não será produzido.