Na manhã desta segunda-feira (4), Paulo Victor, presidente da Câmara Municipal de São Luís e vereador pelo PSDB, fez uso da tribuna do Legislativo para apresentar uma denúncia de extorsão supostamente cometida pelo promotor de Justiça Zanony Passos, do Ministério Público do Maranhão (MPMA). A denúncia também inclui abusos em ações de investigação que envolvem vereadores da capital.
Paulo Victor relatou que, após receber ameaças de busca e apreensão, pedidos de prisão e perda de mandato feitas pelo promotor, decidiu levar o caso à tribuna. Segundo ele, Zanony Passos exigia a efetivação de cargos e salários na Câmara Municipal como condição para encerrar as investigações.
Durante seu pronunciamento, Paulo Victor anunciou que solicitaria ainda na mesma segunda-feira o afastamento do promotor Zanony Passos de qualquer investigação contra parlamentares da Câmara Municipal e formalizaria um pedido de intervenção ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O presidente da Câmara apresentou em plenário prints de conversas mantidas com o promotor ao longo de meses, que incluíam as cobranças por cargos e ameaças. Ele afirmou que essas provas estão disponíveis para o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão (PGJ) e o CNMP.
Paulo Victor também mencionou que, antes das ameaças se intensificarem, chegou a efetivar dois cargos para o promotor na Câmara. Contudo, após a exoneração destes cargos, o promotor teria começado a cobrar insistentemente por cargos e compromissos financeiros, supostamente acordados com o Legislativo Municipal.
Ele descreveu a situação como um “ato de desespero” e mencionou que, após recusar mais pedidos do promotor, começaram as perseguições e operações contra a Câmara.
Ainda segundo Paulo Victor, sua relação com o promotor iniciou quando ele estava à frente da Secretaria de Estado da Cultura. Zanony teria lhe procurado para tratar de investigações relacionadas à indicação de emendas parlamentares para a entidade filantrópica A Força do Amor, prometendo ajuda em troca de cargos na Câmara.
Após a negativa de Paulo Victor para atender a novos pedidos do promotor, ele relatou ter sido alvo de ligações insistentes e ações persecutórias, marcando um período de tensão entre as partes.
Esta situação levanta questões sobre a conduta e a ética dentro das instituições governamentais de São Luís, gerando debates e investigações sobre as acusações feitas pelo presidente da Câmara.
Em nota, o Ministério Público do Maranhão informou que o procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, e a corregedora geral do MP-MA, Thamis Pacheco, estão cientes das denúncias e estão tomando as providências cabíveis.