A Grande ilha de São Luís amanheceu novamente sem ônibus do transporte público rodando na cidade. Apesar da liminar do Tribunal Regional do Trabalho determinar que 50% dos coletivos estejam circulando durante a greve, os rodoviários não cumpriram a decisão.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), Marcelo Brito, havia anunciado na terça-feira que os trabalhadores se reuniriam nas primeiras horas do dia para debater a decisão judicial. A medida, que buscava minimizar os impactos da greve sobre a população, parece não ter sido suficiente para garantir o retorno das atividades.
A legalidade da greve foi questionada pelo desembargador Francisco José de Carvalho Neto, do TRT-16, destacando a ilegalidade da paralisação total por se tratar de um serviço essencial. O desembargador enfatizou o risco que a falta de transporte público representa para a população, que depende do serviço para suas atividades diárias.
Durante uma audiência no Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA), conduzida pela procuradora Anya Gadelha, houve discussões sobre reajustes salariais e benefícios. Apesar de alguns avanços, especialmente relacionados ao reajuste nos salários e no vale alimentação, nenhum acordo foi concretizado.
Os rodoviários reivindicam um aumento salarial de 10% para motoristas e cobradores e de 20% para aqueles que exercem dupla função. Contudo, as negociações esbarraram na contraproposta dos empregadores, que inclui redução no valor do vale alimentação, ausência de garantia para a manutenção do plano de saúde e falta de oferta de reajuste salarial.
A MOB (Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos), em nota, informou que a reunião mediada pelo MPT-MA não resultou em acordo para o fim da greve. A agência aguarda uma resolução entre o Sttrema e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) para tomar futuras decisões, reiterando o compromisso de não realizar reajustes tarifários no sistema de transporte semiurbano.
A situação atual deixa a população de São Luís em uma condição vulnerável, dependendo da rápida resolução do impasse para a normalização dos serviços de transporte público. Enquanto isso, a cidade segue atenta às negociações entre os sindicatos e às decisões das autoridades competentes, na esperança de um desfecho favorável que restaure a mobilidade urbana essencial para a vida cotidiana.
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