Na madrugada desta segunda-feira (6), morreu o cantor e compositor Antônio Tadeu Tavares, mais conhecido como Tadeu de Obatalá, do Bloco Afro Akomabu e também integrante da Banda Guetos. A família do músico informou que a causa de seu falecimento foi um infarto.
O infarto ocorreu em sua residência, por volta da 1h, sendo que uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada, confirmando o óbito no local.
Tadeu de Obatalá representava uma das mais significativas vozes da música popular maranhense, sendo membro do Bloco Akomabu desde 1987. O grupo completou 40 anos de trajetória em março deste ano.
O velório do músico está agendado para ocorrer na Pax União, localizada na Rua Oswaldo Cruz, no Centro de São Luís, com início às 14h. Antônio Tadeu Tavares deixou sua esposa Vilma, uma filha e duas netas.
O Legado do Bloco Akomabu
O Bloco Afro Akomabu surgiu em 3 de março de 1984 como um instrumento de resistência e afirmação cultural do Centro de Cultura Negra do Maranhão, lutando contra a discriminação racial ao promover a preservação e valorização da cultura negra.
Em sua primeira aparição pelas ruas de São Luís, o bloco contava com 60 integrantes, entre militantes do CCN, frequentadores de terreiros de Mina e entusiastas da música do Bloco Afro Ilê Aiyê, da Bahia. Com um ritmo contagiante do afoxé-mina, o Akomabu envolveu toda a população da ilha, convidando negros e não negros a se reconhecerem na luta por igualdade racial e na beleza da cultura afro-maranhense.
“Akomabu”, em língua Fon, significa “a cultura não deve morrer”, e o bloco afro Akomabu é a representação vibrante e pulsante da cultura negra do Maranhão. Hoje, não é apenas um bloco composto por negros, mas sim por todas as pessoas que se identificam com a luta e os ritmos trazidos para o Brasil pelos africanos.