Na manhã desta terça-feira (23), um grupo de manifestantes se reuniu em frente à Assembleia Legislativa do Maranhão, no Cohafuma, em São Luís, com o objetivo de destacar a crescente preocupação com a violência no campo no estado. Eles seguirão pela Avenida Jerônimo de Albuquerque, em frente à Assembleia, e de lá caminharão pelo Jaracati até o Palácio dos Leões, onde desejam ser ouvidos pelo governador Carlos Brandão.
Entre as demandas dos manifestantes está a implementação de políticas públicas e leis que promovam a paz e a segurança no meio rural, além da valorização e respeito ao trabalhador do campo. Eles também exigem melhorias nas áreas de educação, saúde e questões ambientais para as comunidades rurais.
O protesto, que teve início por volta das 7h40, conta com a presença de agentes da Polícia Militar do Maranhão e da Polícia Rodoviária Estadual para garantir a segurança dos participantes e o fluxo do trânsito durante a marcha.
Confira:
Segundo dados apresentados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Maranhão figura como o terceiro estado brasileiro com maior número de conflitos no campo. Em 2023, foram registrados 171 conflitos por terra, 13 casos de trabalho escravo rural, com 104 pessoas resgatadas em situação análoga à escravidão, além de 22 disputas relacionadas à água. Quanto à violência contra a pessoa, foram registrados quatro assassinatos e sete tentativas de homicídio.
Os dados da CPT revelam ainda que, nos últimos 10 anos, houve violência contra pessoas em conflito no campo em 492 municípios brasileiros, sendo a região Nordeste a mais afetada, com um total de 1.146 ocorrências. Os municípios com maior concentração de casos são Amarante, Bom Jardim e Viana, no Maranhão, e Jaqueira, em Pernambuco. A região Norte também apresenta uma alta incidência de conflitos, totalizando 931 casos.
O protesto dos trabalhadores rurais e suas demandas refletem a urgência de políticas efetivas para promover a paz e garantir os direitos fundamentais das comunidades do campo no Maranhão.