O artista visual Thiago Martins de Melo inaugura, no dia 12 de agosto, em São Luís (MA), sua primeira exposição individual na cidade onde nasceu. Cosmogonia Colérica reúne algumas das obras mais emblemáticas de duas décadas de trajetória de um dos nomes mais proeminentes da arte contemporânea brasileira. A mostra é uma realização da Brazimage e tem patrocínio do will bank, reforçando a descentralização de manifestações culturais no país.
Com curadoria de Germano Dushá — um dos curadores do último Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo —, a exposição reúne um conjunto expressivo de 21 obras que atravessam o campo da pintura, da escultura, do vídeo e da instalação. O recorte propõe um ambiente imersivo de força plástica, densidade narrativa e urgência simbólica.
Os trabalhos, produzidos entre 2013 e 2025, sintetizam os principais eixos poéticos e políticos de sua trajetória. Episódios históricos, entidades espirituais, cenas de resistência popular, imagens sensuais e corpos em transmutação se entrelaçam em composições vibrantes que evocam uma mitologia crítica do Sul Global. “Vejo o meu trabalho a partir do lugar onde eu nasci, minha identidade está fincada na América Latina, na luz, nas cores, nas lutas e no respeito à ancestralidade”, afirma Thiago.
O título Cosmogonia Colérica aponta para essa combinação entre criação e fúria, entre gênese e enfrentamento: uma poética de mundos nascidos em meio a choques, gritos, convulsões históricas e epifanias místicas. “Em seu gesto pictórico carregado, Thiago elabora um universo visual de intensidades, incorporando o peso da história e da espiritualidade brasileira e latino-americana em fricção permanente com as questões do presente. Suas obras ativam imaginários coletivos, saberes populares e insurgências sociais, em uma fusão entre crítica e delírio, brutalismo e misticismo, denúncia e rito”, escreve Dushá.
Mais do que uma exposição retrospectiva, Cosmogonia Colérica celebra o retorno de um artista às suas raízes e ao mesmo tempo ativa a potência simbólica de mostrar o mundo a partir do Maranhão — como origem, território e força vital de criação. É justamente para concretizar essa visão e oferecer uma experiência cultural significativa fora do eixo Sudeste do país que a mostra foi viabilizada pelo will bank, por meio do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
“Acreditamos na força da cultura brasileira e no talento de nossos artistas. Patrocinar Cosmogonia Colérica, a primeira exposição individual de Thiago Martins de Melo em sua cidade natal, São Luís, é a nossa forma de celebrar e apoiar a potência de um dos nomes mais relevantes da arte contemporânea do país. É um privilégio ver o Maranhão, berço de tanta história e inspiração, sediar este evento tão significativo”, comenta Felipe Félix, CEO do will bank.
Com amplo reconhecimento nacional e internacional, Thiago Martins de Melo tem obras em algumas das principais coleções institucionais do mundo, como Institute of Contemporary Art (Miami, EUA), TBA21 – Thyssen-Bornemisza Art Contemporary (Viena, Áustria), MASP, Pinacoteca de São Paulo, MAC USP e MAM Rio. Teve mostras individuais na Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre) e no Museo de Bellas Artes (Havana, Cuba), e participou de importantes coletivas, como a 8ª Borås Art Biennial (Suécia), a 31ª Bienal de São Paulo e a 12ª Bienal de Lyon (França).
Além da exposição, o projeto conta com um programa educativo voltado à formação de público, à mediação com escolas e universidades e à articulação com artistas locais e agentes culturais. A mostra ocupará dois espaços culturais no centro histórico da capital maranhense: o Convento das Mercês e o Chão SLZ. A programação educativa abrange visitas mediadas, formação de professores, palestras e oficinas, uma delas, Pintura como meio, será ministrada pelo artista.
