Sem acordo, os rodoviários do sistema semiurbano da Grande São Luís entraram no segundo dia de paralisação nesta sexta-feira (26). A paralisação começou na manhã desta quinta-feira (25) e tem como principal reivindicação o pagamento dos salários dos trabalhadores, que é quinzenal, com vencimentos nos dias 20 e 7 de cada mês.
Sem ônibus em Paço do Lumiar, Raposa e Ribamar, cerca de 150 mil usuários do transporte público estão sendo prejudicados, levando a população a buscar transportes alternativos, como carros por aplicativo, motos e vans.
Além disso, acabam sobrecarregando o transporte urbano de São Luís, que não está em greve, deixando o transporte público da capital ainda mais sobrecarregado.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET), Paulo Renato Pires, não negou o atraso nos salários, mas não deu previsão para o pagamento.
“Dia 11 foi pago (pela MOB) o subsídio referente a janeiro de 2024. Estamos nesse momento em reunião e a primeira providência é lutar para que a Justiça do Trabalho declare a greve ilegal, pois não obedeceu os prazos obrigatórios. Isso impossibilitou tanto as empresas como a MOB de responder antes de qualquer paralização, pois deveria cumprir 72h. O retorno à operação, pelo menos de 70% dos trabalhadores, é essencial”, declarou.
Com isso, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET) ingressou uma ação contra o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região pedindo que a greve seja declarada ilegal e o imediato retorno de 100% da operação no sistema metropolitano.
Na petição, o SET alega que houve acordo entre as partes, Sindicatos, Município de São Luís e Estado do Maranhão, judicialmente homologado em audiência realizada no dia 8 de fevereiro deste ano e que há uma Convenção Coletiva de Trabalho vigente até 31/12/2024. Porém, no último dia 23, terça, o SET recebeu ofício do STTREMA comunicando greve geral a partir das próximas 72h e o prazo legal não foi respeitado com deflagração de greve em menos de 48h após entrega do oficio.
Por meio de nota, a Agência de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) disse que repassou o subsídio às empresas do transporte semiurbano no último dia 11 de abril e que é delas a responsabilidade de efetuar o pagamento dos funcionários.
Nota da MOB:
“A Agência de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) informa que foi realizado o pagamento do subsídio às empresas do transporte semiurbano no último dia 11 de abril, que não é destinado à remuneração de funcionários. O pagamento dos funcionários é de responsabilidade das empresas de transporte público.
A MOB destaca que em casos de grandes dificuldades por parte das empresas, que resultem no comprometimento do serviço prestado, poderá ser feita intervenção ou mesmo substituição para que os usuários não sejam prejudicados.
Destaca ainda que está em processo de análise, buscando a total licitação do sistema de transporte semiurbano no Maranhão”.