A Justiça determinou a suspensão do perfil da influenciadora digital Tainá Sousa no Instagram, que contava com mais de 127 mil seguidores. A medida foi tomada no âmbito da Operação Dinheiro Sujo, deflagrada pela Polícia Civil do Maranhão, que investiga um grupo suspeito de aliciar pessoas para jogos de azar, como o chamado “jogo do Tigrinho”, uma modalidade de caça-níqueis online.
Além de Tainá, outros cinco nomes estão entre os investigados: o irmão Otavio Vitor Lima, o pai Otávio Filho (conhecido como “Baiano”), o ex-namorado Neto Duailibe e a advogada Maria Angélica, amiga pessoal da influenciadora.
A suspensão das redes integra um conjunto de medidas cautelares que envolvem o bloqueio de ativos digitais e a interrupção de atividades ilícitas ligadas a crimes contra a economia popular. Tainá Sousa já havia sido alvo de outra investigação por uso indevido do cartão de crédito de um homem falecido, no mesmo dia do óbito — caso em que firmou acordo de não persecução penal.
Relembre o caso:
Na última quarta-feira (30), seis endereços foram alvos de mandados de busca e apreensão. A operação foi coordenada pelo Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), e teve como foco influenciadores que promovem o jogo ilegal nas redes sociais.
Durante a ofensiva, houve o bloqueio judicial de mais de R$ 11 milhões em contas ligadas aos investigados e o sequestro de bens de alto valor. Foram apreendidos cinco veículos de luxo — entre eles Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux — além de uma moto aquática, celulares, computadores, bolsas de grife, dólares, arma de fogo, carregadores e cadernos com anotações.
“Esses carros de luxo estavam em nome de terceiros e foram adquiridos com os valores auferidos através dessas divulgações ilegais”, afirmou o delegado Pedro Adão, chefe do DCCT.
Segundo as investigações, os influenciadores atraíam seguidores com promessas de lucro fácil. Após o cadastro nas plataformas de jogos, as vítimas eram incentivadas a realizar depósitos, cujas origens e destinos agora estão sendo apurados pela polícia.
A influenciadora Tainá Sousa é apontada como a principal liderança do grupo. Além do histórico envolvendo uso indevido de cartão de crédito, ela também responde a um inquérito por maus-tratos a animais, após publicar vídeos oferecendo bebidas alcoólicas ao próprio cão.
Apesar da solicitação de prisão da influenciadora, a Justiça optou por impor medidas cautelares. Segundo o delegado Pedro Adão, a decisão judicial determinou restrições como a entrega do passaporte, proibição de sair de São Luís e do país sem autorização, além do bloqueio e proibição de acesso às redes sociais.
As investigações também identificaram uma advogada suspeita de atuar na lavagem de dinheiro e uma gerente responsável pela coordenação de grupos no WhatsApp usados para captar novos apostadores.
Os envolvidos podem responder por contravenção penal, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As apurações continuam para identificar outros possíveis integrantes do esquema.